quinta-feira, 7 de maio de 2015

Conversa Para Boi Dormi

Muito estranho escrever aqui "ao Tadeu". É estranho, mas ao mesmo tempo não.
Na verdade vem a ser um desabafo.
Grande Ted, colega de trabalho, companheiro de altas madrugadas. Criou a marca registrada de estralar os dedos indicador com o polegar antes do contumaz cumprimento de um povo, o aperto de mão.
Tirar o Ted do sério? Nunca o vi descompensado. Equilibrado no trato com os colegas, ponderado a respeito do trabalho. Era só entregar uma edição especial para ele, que, com certeza, teria uma estampa bonita, nova (na medida do limite - respeitando o padrão Veja), com conceito e padrão Tadeu. Sabia o que fazia. E ensinava o que sabia sem restrições. Aceitava sugestões. Porém, como todo bom profissional, fazia uma ressalva: justifique o por quê. Respeitava a todos: repórteres, revisores, diagramadores e editores.
Ted era um artista nato. Na arte musical, me incentivou e ensinou-me nos primeiros batuques de um pandeiro.
Bom de prosa, era um dos poucos colegas que eu parava para bater um (bom) papo. Ted, não ficava no óbvio. Nem no trivial papinho de futebol. Fugaz, mudava da cultura para a política para a história para o trabalho e por aí afora. E é por isso Ted, que não é nada estranho estar de escrevendo aqui.
Fica aqui minha homenagem a este grande amigo, pessoa, pai, marido, profissional, professor...
A Dinah, Rafael, família Nogueira, aos que sentirão a falta deste grande cara, desejo força para superar esta grande perda.
   E vou considerar esta história de morte como conversa para boi dormi. Um grande abraço.