Erguida em meados de 1859, onde serviria de sede para a construção de estrada de ferro, a Vila de Paranapiacaba é um marco na história cafeeira do Brasil. Após a instalação da ferrovia, que se tornou o principal meio de transporte para o escoamento do café do estado de São Paulo até o porto de Santos, elevou o país ao progresso sócio-econômico através da exportação e importação. Hoje, Paranapiacaba está tombada pelas três instâncias governamentais: municipal, estadual e federal. Importante destino turístico cultural, a Vila Ferroviária, como é conhecida também, terá uma estação de trem do Expresso Turístico, inauguração prometida para 18 de julho, coincidindo como o Festival de Inverno de Paranapiacaba.
O turismo cultural tem seu ponto forte nos festivais de inverno, que neste ano está na décima edição e acontecerá nos dias 17, 18, 24 e 25 de julho (veja programação a seguir). Com a novidade do Expresso Turístico o visitante poderá desfrutar de conforto, segurança e agilidade para acessar a Vila por via férrea.

Caminhar nas tardes por Paranapiacaba pode ser acometido por uma agradável surpresa. De repente, um nevoeiro dá o ar da graça. Qual seria novidade se o ocorrido acontecesse em alguma cidade do sul do Brasil? Nenhuma. Este fabuloso cair de neblina, tipicamente transladadas sensações deliciosas das tardes de inverno londrino e com uma linda paisagem bucólica pode ser apreciado na Vila, distante 73 quilômetros e à uma hora e meia da capital. Pensar que este fenômeno climático acontece somente neste período do ano é um engano. Paranapiacaba possui este clima peculiar – e exótico – quase que diariamente por todo o ano, inclusive no verão, por estar incrustada na Mata Atlântica e no topo da Serra do Mar.
Paranapiacaba é tombada pelo Patrimônio Histórico, Arqueológico-Urbanístico e Paisagístico, Artístico e Cultural, Turístico e pertence ao município de Santo André, informou Carlo Roberto Panini, diretor do Departamento de Turismo. Poderia também ser tombada pelo Patrimônio Ambiental. Através de seu ecoturismo, pode-se vislumbrar o que a natureza tem de melhor. Suas paisagens, as cachoeiras, fauna e flora. A prática do turismo pedagógico e direcionado propicia a preservação do meio ambiente. A Vila recebe, freqüentemente, biólogos, estudantes e ambientalistas para estudos da biodiversidade. Vale a pena conhecer o Museu do Castelinho, casa construída em 1897 onde hospedava o engenheiro-chefe da Railway. Atualmente abriga o Centro de Preserva da Memória de
Paranapiacaba que reúne objetos usados no período dos ingleses. Pare para escutar a história da construção e administração, sobre como ele controlava tudo ali do alto, saber da interessante distribuição e os motivos das cores em cada ambiente da casa. Aos fotógrafos de plantão, dá para fazer umas boas imagens. Do mirante tem vista total da vila e parcial da Cidade de Cubatão e da Serra do Mar. Paranapiacaba significa, na língua tupi-guarani, lugar de onde se vê o mar.

Outro museu a ser visitado, o Funicular, o turista encontrará no passeio a pecualidade na recuperada e boa velha maria-fumaça. Pensar que vai descer a serra, ou ao menos chegar perto e poder precipitar da vista da Mata Atlântica, esqueça. O roteiro segue por um trecho muito curto e se vê pouquíssimo da serra. O bem desenvolturado monitor-bilheteiro explica com detalhes o sistema funicular, o antigo e o atual. Mas os detalhes cansam e se perdem em termos poucos usuais e sem muita importância para o turista. Aproveite para registrar belas fotografias, na composição com bancos em madeira e detalhes em ferro bem cuidado e, também, ao lado do vagão e da maria-fumaça. Não vale pelo pequeno trecho e pelo blá, blá, blá do bilheteiro. O Passeio conta também com o museu que guarda objetos, máquinas, locomotivas maria-fumaça e vagões imperiais, construídos para transportar D. Pedro II. O Espaço tombado desde 1987 abriga a Locomotiva 15 (1862), a segunda mais antiga do Brasil. Portanto, o museu está fechado temporariamente para reestruturação.
Para quem pretendem visitar Paranapiacaba pelo ecoturismo existe uma vasta opção de atrativos. Muitos são monitorados e necessitam de agendamento prévio. Bem diversificado, indo de caminhada leve até as que chegam a durar 8 horas. Há também a caminhada noturna, canoagem, rafting, arborismo, rapel, tirolesa. O turista encontra outras aventuras como: montanhismo, mountain bike, off-road e MotoCross.
Da parte alta, cruzando a ferrovia, do outro lado da Vila, o visitante avistará a ferrovia, estação, locomotiva e ter um panorama geral da parte baixa. Após atravessar a passarela, na curva para esquerda, no início da subida há um boteco tipicamente português com objetos e fotos do time da Lusa, o que também vale a parada para tomar fôlego e uma coca de garrafa de vidro antiga.