quinta-feira, 3 de julho de 2014

Quando Tudo Escurece

Será que só eu notei? Como estava escuro esta noite.
Não vi a lua, não vi as estrelas, mas também não via nuvens. Ó noite escura.
Caia a tarde quando recebi uma ligação sobre uma trágica notícia, a tarde caia escura e anoiteceu por completo.
Voltava para casa e outras ligações eu não queria mais receber a partir daquele momento. Mas o celular voltou a tocar. Era do trabalho. Que noite escura tenebrosa.
Sem qualquer vontade de atender ligações. Sem vontade de acelerar o carro. Sem vontade até de pensar.
Noite escura e funesta. E esta falta de água em São Paulo, tudo esfumaçado. Meus olhos marejados. É toda esta secura pairando pelo ar?
E no meio desta noite escura, no meio da avenida, percebo uma carro que ia cruzar o meu caminho, que só pára com meu alerta sonoro. Eu ali, quase tranquilo. Eu na preferencial e o farol verde para mim.
Mas o que é estar na preferencial? Que ordens são essas que são estabelecidas e nem sempre são seguidas a risca? Em uma família de "trozentos" filhos, o caçula não seria o último a abandonar o lar? Mas não, foi a primeira perda na família. Ó noite escura misteriosa.
Qual é o sentido das coisas? E eu não sentindo vontade alguma. Com um pouco de força que tinha, sentia vontade de abraçar cada uma daquelas pessoas, que, na comemoração dos Dia das Mães e também aniversário da matriarca daquela família, presentes ali, aguardavam ele aparecer. E todos queríamos que aparecesse. Portanto, me faltaria forças nos braços para tal. Noites escuras me enfraquece.
Ele andava um tanto ausente. Mas fazia falta. Talvez sua serventia a Deus impedisse tanto sua presença. Talvez.
Nossa convivência não era constante e muito pouco nos víamos. Mesmo quando eu o via, todo marrento, a lembrança que ficará dele - que o conheci ainda pirralho - é o jeito traquina e tímido de ser. Das vezes que ele ria, com sorriso maroto e olhando para o chão, das bobagens que eu dizia. E era um sorriso sincero. Não sei que tanto ele achava graça no que eu dizia. E ria. Inclusive em noites bem escuras.
Não o considero um herói. Ele entrou no mar para salvar o filho que se afogava. E deu no que deu. O filho sobreviveu. O pai...
O pai cumpriu o seu papel de pai. Fez o que eu faria como pai. E, na minha concepção, o que todos os pais deveriam fazer. E a frase que muitos dizem - "Eu daria minha vida pelo meu filho" - não ficou ao acaso desta vez.
Me entristece pensar que os filhos ficaram sem este pai afetuoso, impetuoso, corajoso, dedicado.
Me entristece saber que não verei mais aquele sorriso maroto.
Me entristece saber que todas as reuniões familiares, estarão esperando e querendo a presença dele. Ele não vem.

Descanse em paz meu xará Marcelo.
Pois, aqui ainda é noite escura.
E teremos muitos dias escuros pela frente.






quarta-feira, 2 de julho de 2014

Maria Bonita das Candongas da Alegria

Uma tradicional Festa Junina como esta se encontra pouco nos atuais tempos. Mas basta alguém com um toque de feeling para que tornasse uma noite agradável com muita alegria e amizade. Parabéns Irineu (Coxa) por nos proporcionar isto. TRADIÇÕES NO PAÍS DA CHUTEIRA