quarta-feira, 28 de março de 2012

Haja Figuinha

Há por aí quem vive pegando no pé da gente à toa.
Outros, sei lá. Se não pegam no pé, quebram-no.
Amuleto?
Há quem acredite
Tem também aqueles que pegam o dedo polegar e põe entre o indicador e o médio:
tá fazendo figuinha.
E que mal há nisso? Se a pessoa acredita, além do mais o dedo é dela.
E falando em pegar no pé...

Dias desses pegaram no meu.
Um brother acidentou-se e insinuaram que eu não tinha um pingo de sentimento. O cara lá hospitalizado, no pré-operatório, e falaram que eu liguei para fazer os acertos de uma viagem de Carnaval. Pura fanfarra!
Liguei, falei sim das contas, mas perguntei como ele estava. E olha, eu até tava fazendo figuinha para ele se recuperar logo. 

Logo, logo vem outro feriado aí e como é que fica se ele não puder ir?
Verifiquei se sentia dores. Caso precisasse, levaria um pouco de figuinha pra ele – naquele momento ele não sentia nada. Eu, naquela altura, também já não “tintia” coisa nenhuma.
Reforçei meus votos de melhora. Fiz figuinha com ambas as mãos para ele não estar sentindo dor alguma...
Não sou uma pessoa insensível assim, nê?
A Bendita da Marvada Último exemplar

Também pudera.
Seu Madruga, lá de São Thomé das Letras – cidade longínqua no sul de Minas –, fazedor da cachaça de figo deixou de produzi-la.
Puxa vida! Toda noite ao deitar, penso em San To Mé e faço figuinha pedindo para o Seu Madruga voltar a produzir a figuinha.
"Volta Seu Madruga, volta. Volta a produzir a figuinha".
Igh! Igh!


Eu tive sorte. Ainda conseguir a última garrafa do estoque. Segurei-a pelo gargalo e levei pro pessoal prová-la. Todo mundo gostou. To com ela abaixo da metade.
E pensa!...
E se meu brother tivesse sentindo dores?...
Mais uma dose
Pensamento positivo:
torcer para que sobre
Eu não deixo de pôr ele em meus pensamentos – com as duas figuinhas em riste (ou seriam três?) – para que dê tudo certo no pós-operatório. E vai dar!
Ultimamente tenho feito muitas figuinhas. Torço para que o outro brother convide para um almoço na casa deles. É um casal adorável. Ele também trouxe uma garrafa de Santo Mê. Igh!!!
Não do mesmo produtor. Mas, igualmente de sabor agradável. Depois da segunda dose parece que é tal qual a do Seu Madruga. Igh! Igh!

Aliança Igh! Igh!
Unidos pelo Santo Mé
Engraçado que mesmo não estando para aquelas bandas me dá a sensação de ver coisas estranhas. Não chega a ser nenhum ET de Varginha, mas que parece parece.
Bem, se este convite pintar (o almoço), hummm...

Que lá vai ser figuinha pra todo que é lado, vai.
Sabe como que é. Depois de algumas doses você pensa que está alegre, agradando e a situação (igh!) fica um porre.

Atrás da
porta
Virada
e entelaçada

Terá gente fazendo figuinha pra ele abrir logo a garrafa de figuinha. Logo, terá gente entoando suavemente a figuinha goela abaixo. Vai haver gente fazendo figuinha até com os dedos dos pés para sobrar mais uma dose.
Há quem acredite e vá tentar fazer várias figuinhas na vassoura virando-a atrás da porta  antes da possibilidade de algum figo remoído cair no tapete. Eca!


Pode este papo parecer sem pé nem cabeça. Porém, quem não tá "tendendo" algumas coisas sou eu.
Muito escuto falar no peito e planta do pé.
Afinal de contas: o pé é dividido em cabeça, tronco e membros?

Esta é de doer:
difícil olhar?
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Ainda não sei em qual parte vai ser feito a cirurgia. Se muitos têm parafusos faltando na cabeça, por que só os colocam quando acontece um acidente? (Igh!) Será que vão aproveitar algum parafuso da moto? Argh!

Dizem que sou mórbido ou que tenho certo humor sarcástico. Engano (ô) “meu”! (coisa de paulista). Apenas trato a morte com naturalidade. Eu que já enterrei dois entes muito queridos sei do que to falando. Natural natural não é. O correto seria os filhos enterrarem os pais, mas...


Apesar do PESAR, de certa forma a notícia do acidente de my brother foi menos traumática. Pense no caso se tivéssemos de “beber o morto”. Cruzes!!! 
Pessoa querida que é, imagina.
Uma garrafa de figuinha não molharia nem o pico...
Que nasça em árvore Sonho, pesadelo ou delírio?

Bati na madeira (nenhum caixão) e voltei meus pensamentos lá para San toMé. Dois dias em que estava naquela cidade, ouvi dois anúncios de velórios distintos.
É! Cidadezinha pacata do interior tem dessas coisas. Um carro de som vai passando pelas ruas anunciando sobre o falecimento. Geralmente o velório (com direito a "beber o defunto") acontece na casa do moribundo.
Pensei: por que será que não passam o endereço?
Pudera. Haja figuinha para todos...