domingo, 13 de maio de 2012

Madre Nossa de Cada Dia

FALA SÉRIO – Existe no Brasil mais de 247 milhões celulares, o que ultrapassa o número da população que está acima de 190 milhões. A proporção de celulares por pessoa quase chega a dois aparelhos para cada brasileiro.

Em matéria de linhas fixas, é raro encontrar uma residência sem ao menos uma linha em uso.

A comunicação entre as pessoas não pára por aí, na rede portátil é ampla as opções: internet; telefone; celular. E-mail; SMS; twitter e redes sociais. Com tanta tecnologia à mão, mandar um sinal de fumaça (literalmente) está ao alcance de todos. Só não manda quem não quer.

Afinal, qual proveito fazemos de tantas opções de meios de comunicação?

Nesta moderníssima de nossa vida high tech, não estamos preparados para desviar o foco do oba-oba do dia a dia e pararmos um pouco para prestar atenção em coisas mais significativas.

Me bastou tomar consciência de algumas histórias para eu me indignar.


UMA DELAS – Encontrei um amigo antigo que há tempo não o via. Num dado momento da contumaz confabulação perguntei sobre a mãe do cujo.

A resposta
“Então, passei na rua dela, tive que falar com fulano sobre um aparelho (...).” Contou toda a história do tal aparelho, mas não citou em momento algum as atividades e situação de sua mãe. E neste caso, não lhe fiz a pergunta apenas por fazer, conheço bem a dona Elza, sua mãe.

Conclusão: Não estava nada preocupado. Não está nem aí com a mãe dele.

SINÔNIMO – Mas mãe é assim, às vezes vira sinônimo de cafezinho. O filho lhe faz uma visita de médico, passa voando para o café. Há àquelas que preparam um bolo – que sabe que o filho gosta – ou os tradicionais biscoitinhos da receita da vovó (as passadas de mãe para filha).

Mas o filho alheio a tudo, nem nota a total dedicação dela. Nem sentar senta. Toma o café, faz a pergunta automática: “Tudo bem?”. Ao início de um mínimo de balbucio de sua mãe, ele já sorveu o cafezinho e já está se despedindo.

CAIU NA REDE – Há um momento que o filho liga rapidinho para a senhora sua mãe. É quando ela posta na rede social uma foto antiga dele (uma que ele acha ridícula ou em que ele aparece com uma antiga namorada). Reação imediata. Ele telefona dando aquela tremenda bronca impiedosamente. Exigi que retire imediatamente a foto. 

CORPORATIVISMO INVOLUNTÁRIO – Mas tem mãe que também é sinônimo de banco. Melhor dizer: “cooperativa familiar”.

Com ela, fazem-se empréstimos em longo prazo, muitos, a se perder de vista. Às vezes nunca há o retorno do dinheiro emprestado. Juros? Nem pensar.

Ora muda a nomenclatura de empréstimo para sociedade. A mama vira sócia de algo que não lhe interessa, nem sabe do que se trata, e, de certa forma, nunca usufruirá na vida.

Porém, mãe é isto. E muito mais. Bradando, esperneando, ou xingando, no fundo ela sempre acaba cedendo.

Quem deveria seguir seus conselhos, ouvir de suas experiências, é ele, o filho, que acaba convencendo-a – sempre para o contrário do que ela propõe.

FAZ PARTE. Como faz parte do jogo ela se deixar ser convencida. Afinal, mãe tem um coração do tamanho do mundo.

E carrega neste coração muito amor e carinho.

Sabedor que sou, sei que muitos filhos não homenagearão sua mãe.

Então deixo aqui a todas as mamães uma mensagem com o tamanho que ela merece.

“Se minha presença tem sido escassa, me desculpe”

“Se meu carinho tem sido escasso, me perdoe”

“Se meu tempo tem sido escasso, me controle”

“Se você partiu e eu não disse nada disso, me redimo: pois o que me resta é sentir a falta que você me faz”.

Por favor, à minha mãe e as outras que já morreram, façam um minuto de silêncio. A tua e todas as outras, faça uma festa. Comemore, homenageie-a.